De acordo com o Barómetro de Saúde Bucal 2022 realizado pela Ordem dos Dentistas (OMD), pese embora os portugueses estejam mais conscientes da importância de ir ao dentista, 30% afirma não ter ido ao dentista ou estomatologista no último ano por problemas de dinheiro, 7,4% mais do que na edição anterior. Além disso, 65,2% das crianças com menos de 6 anos de idade nunca foram a um profissional de saúde bucodentária.

No entanto, as doenças bucodentais são algumas das mais padecidas no mundo. De acordo com um relatório sobre saúde bucal da Organização Mundial de Saúde, as cáries dentárias não tratadas afetam mais de dois mil milhões de pessoas no mundo (25% da população) e a periodontite (doença “gengival” grave) afeta aproximadamente mil milhões de pessoas.

Especificamente, apenas 32,3% dos portugueses têm uma dentição completa, o que significa que 67,7% (6 milhões de pessoas) tem um dente ou mais em falta. Deste, cerca de 48,1% não tem dentes naturais. Tendo em conta que a principal causa da perda de dentes é a cárie dentária não tratada, a maioria destes problemas teriam sido evitados indo com regularidade a um especialista. Então porque é que os portugueses não vão ao dentista?

O dinheiro é a principal casa para não ir ao dentista

De acordo com o relatório “A saúde bucodentária na União Europeia” publicado pelo Conselho Geral de Dentistas, o atendimento primário é a principal área de gastos diretos do bolso dos europeus em matéria de saúde devido à escassa cobertura pública existente em diferentes países da Europa. De facto, mais de metade dos gastos totais em atendimento dentário no conjunto da UE (cerca de 59%) advém de pagamentos diretos aos pacientes.

Em Portugal, o setor público não cobre o atendimento dentário, ainda existe um programa de cheques dentários que permite que as crianças em idade escolar, grávidas, pessoas com HIV/SIDA, as pessoas idosas de baixos recursos ou os que necessitem de intervenção atempada devido a cancro oral, tenham acesso gratuito a uma série de tratamentos dentários.

Isto faz com que os portugueses recorram às clínicas privadas.

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