Poupança

A situação da COVID-19 tem impacto na capacidade de aforro

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Sep 25, 2020

A pandemia de COVID-19 implicou, para o mundo inteiro, uma problema de saúde, de assistência sanitária e uma gestão sem precedentes nos últimos cem anos. Mas, além disso, aparentemente, ainda iremos sofrer as suas consequências a nível financeiro por mais algum tempo. O Fundo Monetário Internacional, o FMI, avisou que se previa uma desaceleração generalizada da economia mundial. Por isso, é lógico que os cidadãos se preocupem cada vez mais com as suas finanças pessoais.

Rendimentos e poupanças

Como consequência direta do confinamento, assistiu-se a uma quebra do emprego e dos rendimentos em toda a Europa. No caso de Portugal, de acordo com uma sondagem de âmbito europeu desenvolvida pela empresa sueca de gestão de cobranças e de patrimónios Intrum, cerca de 56% afirmam ter visto o seu bem-estar financeiro agravar-se nos últimos seis meses, e apenas 28% delas esperam melhorias até ao final do ano.

Mas a pandemia não teve apenas efeitos imediatos nas economias domésticas, acarretando igualmente consequências de longo prazo para os consumidores. Assim, cerca de 39% dos europeus asseguram que estão a economizar menos do que antes da COVID-19. Em Portugal, essa média é ultrapassada e os que perderam a capacidade de aforro são em maior número: cerca de 48%. Deste modo, aumentou significativamente o número de europeus que não têm a certeza de poder enfrentar tranquilamente uma reforma, agora são 4 em cada 10.  Este aumento, calculado desde o final de 2019 até ao presente, torna-se particularmente óbvio no caso das pessoas cujas idades se aproximam das da reforma: entre os 45 e os 54 anos (+15%) e entre os 55 e os 64 anos (+8%).

Aspetos positivos e de melhoria

Não obstante, e apesar de o estudo a que fazemos referência deixar claro que a situação atual aumentou a pressão financeira a que a maior parte dos consumidores está sujeita, também apresenta alguns aspetos positivos. Um deles foi a diminuição dos gastos financeiros, com a descida dos consumos essenciais. Este impacto positivo é assinalado por 38% dos portugueses sondados, por comparação com os 36% da média europeia.

O que também se torna claro é que, agora, mais do que nunca, é primordial que os consumidores disponham dos conhecimentos necessários para poderem gerir de forma adequada as suas finanças. Numa situação como a atual, de quebra de rendimentos, incerteza laboral e de possibilidade de uma recessão a nível global, é imprescindível. E isso passa por melhorar a educação financeira nas fases iniciais (por exemplo, cerca de 62% dos espanhóis sondados teriam preferido aprender mais acerca de economia doméstica ao longo da sua formação escolar), além de obter informação útil e adequada à realidade sobre as nossas expetativas financeiras de futuro.