Já lho tínhamos dito há cerca de dois meses: sabemos que a decisão final de contrair ou não um seguro de vida depende apenas de cada um. No entanto, há situações em que os motivos para decidir não são os mais adequados, uma vez que se baseiam em preconceitos errados ou no desconhecimento do modo como o sector segurador atua e funciona. Na dúvida, vamos analisar – e desmentir – alguns dos mitos mais comuns.
Quando tem de pagar, o seguro nunca cumpre – ou quase nunca –
Um dos argumentos comuns entre as pessoas que decidem não contrair um seguro de vida é que estes nunca cumprem quando se precisa deles. Evidentemente, isto não é verdade, basta consultar os números.
No caso de Portugal, e neste caso, de acordo com os dados da patronal portuguesa, a Associação Portuguesa de Seguradores, o sector segurador devolveu à sociedade 13 600 milhões de euros em 2018, em indemnizações; 7700 desses milhões, sob a forma de pagamentos aos beneficiários e provisões relacionadas com o seguro de vida.
Mas, então, de onde vem esta perceção de incumprimento por parte das companhias de seguros? Pois, em muitos casos, tem origem no desconhecimento das condições específicas definidas pelo nosso seguro de vida no momento em que este é contraído. Isto é, pensamos que o nosso seguro de vida contempla aspetos que, na realidade, não estão incluídos. As companhias são obrigadas, por lei, a prestar um serviço que se ajuste ao contrato acordado, pelo que, antes de o assinar, tem de rever muito bem as condições cobertas pela sua apólice e quais as que estão excluídas. Se, além disso, dispuser da assessoria especializada de um mediador de seguros ou da sua companhia de confiança, terá ainda mais garantias de que se encontra devidamente protegido e de que não haverá problemas no momento de receber o pagamento da indemnização, quando necessário.
As companhias de seguros são todas iguais
Muitas pessoas pensam que todas as companhias de seguros de vida são iguais e agem da mesma forma. Mas, na realidade, existem grandes diferenças entre elas: de dimensão, de especialização, de visão do negócio, de formas de trabalhar, de tipos de seguros, em relação aos serviços que prestam e à forma como os desenvolvem… Cada uma tem a sua forma de trabalhar, e pode existir uma grande disparidade relativamente a conceitos como o profissionalismo e a celeridade no momento de agir, bem como às prioridades que definem no momento de atender os seus segurados. Por isso, pode ser arriscado basear-se em más experiências de outras pessoas em situações que não têm nada que ver com as suas. Cada empresa tem uma oferta de seguros de vida diferente e, cada vez mais, tendem a personalizar os serviços conforme as necessidades dos seus clientes.
E também porque os seguros são todos “mais do mesmo”!
O facto de dois seguros de vida, de duas companhias diferentes, terem uma designação comercial parecida ou praticamente igual não significa que prestem e incluam o mesmo tipo de coberturas. Este é um erro muito frequente e que gera bastante descontentamento entre os utilizadores dos seguros de vida. E o motivo costuma ser, mais uma vez, o desconhecimento.
Esta situação pode-se explicar muito facilmente através do exemplo do seguro automóvel, ainda que seja aplicável a qualquer tipo de seguro, incluindo os de vida. Por exemplo, eu contraí um seguro para o meu automóvel “Contra todos os riscos” junto da minha companhia de seguros habitual, a companhia “M”. Mas acontece que recebi uma proposta da companhia “X”, na qual me é proposto o mesmo seguro – ou pelo menos é o que afirmam – por menos de metade do preço!
Mas, após a primeira avaria, verifico que, apesar de se dizer igual, os seguros não têm nada que ver um com o outro. Com o segundo, mais barato, aguardei quase duas horas até a pessoa que me atendeu o telefone ativar a assistência. Além disso, não tenho direito a automóvel de substituição, não cobre avarias no estrangeiro e tenho de levar o meu automóvel para ser reparado à oficina escolhida pela companhia e não à da minha preferência. Por este tipo de questões, é fundamental que se informe bem das condições do contrato e que se deixe assessorar por especialistas, para que o seguro de vida não só lhe apresente o preço mais competitivo possível, como também responda às suas necessidades e expetativas.