Os videojogos têm a fama de gerar comportamentos violentos e de ser uma perda de tempo para as crianças.
Os pais tentam reduzir, tendencialmente, o tempo que as crianças dedicam a jogar nas consolas, nos computadores ou nos telemóveis, enquanto alguns tentam mesmo eliminar estas atividades. Mas será esta uma boa ideia?
É compreensível a preocupação dos pais relativamente à influência dos jogos violentos, e de facto não há indicações de benefícios na utilização deste tipo de entretenimento.
No entanto, existem jogos que podem ajudar a desenvolver características e capacidades [1] das crianças e dos jovens. É nestes que os pais se devem focar. Tente encaminhar as crianças para este tipo de jogos educacionais ou para jogos que apresentem desafios intelectuais saudáveis.
Verifique os jogos que oferece aos seus filhos, garantindo que são adaptados à idade e que apresentam valor para além da simples diversão.
Controlar o tempo que as crianças passam em frente ao monitor ou à televisão é importante, especialmente se for possível canalizar esse tempo e atenção para outros tipos de atividades – leitura, desporto, arte. A combinação de diferentes atividades é ideal para o desenvolvimento cognitivo das crianças [2].
Há momentos em que os videojogos oferecem mais do que mero entretenimento. Vários estudos sobre o uso terapêutico dos jogos de computador nas crianças concluem que existem vários benefícios na sua utilização. O apoio a crianças que necessitem de quimioterapia, psicoterapia, problemas comportamentais ou outros problemas de saúde é um deles.
Por outro lado, algumas das capacidades podem ser desenvolvidas com o uso moderado de jogos de computador.
Os jogos certos, nos momentos certos, podem ajudar a superar traumas, reduzir ansiedade, fortalecer relações com um familiar ou amigo, ou aumentar a auto-estima.
Reduzir ou eliminar os jogos de computador da vida das crianças pode não ser uma solução ideal. Gerir o tipo de conteúdos e a forma como as crianças os encaram poderá ser a chave para garantir que se retiram vantagens desta atividade. Se puder partilhar algum tempo com o seu filho enquanto jogam computador, ainda melhor!
[1] Griffiths, M., “The educational benefits of videogames “, 2002
[2] The New York Times, “Four Moments When Video Games Are Good for Kids (and How to Make Them Even Better)”, 2015
[3] Griffiths, M., “The Therapeutic Use of Videogames in Childhood and Adolescence”, 2003