Saúde e bem-estar

Óleo de palma na nossa alimentação. O que devemos saber? – Entrevista a Andrea Cañas

2 min
Aug 10, 2018

1. Nos últimos tempos, não para de surgir informação sobre o óleo de palma e os seus perigos para a saúde e o meio ambiente. Porquê esta vaga recente de noticias? Será apenas uma maior preocupação com a alimentação?

De há uns anos a esta parte, existe um movimento baseado na consciencialização do consumidor. A saúde e o meio ambiente são duas das vertentes deste movimento.

Uma maior preocupação com o que se come, a sobrepopulação, a imediatez com que queremos consumir ou o escasso tempo livre são alguns dos motivos que justificam o aumento do consumo de produtos processados nos últimos anos. Com este boom, surgiram certos medos e alertas sobre determinados produtos.

Há uns anos, surgiu a preocupação com a gordura, depois passou a ser o açúcar a principal preocupação, e agora é o óleo de palma que está nas bocas do mundo. Tudo produtos baratos e básicos para a elaboração de vários produtos processados.

2. Nas suas redes sociais, insiste muito na importância de ler os rótulos informativos dos alimentos. A que devemos prestar mais atenção?

Existe uma máxima do jornalista gastronómico Michael Pollan que aplico sempre e tento que todos os que me rodeiam o façam também: não compres nada que inclua na lista de ingredientes algo que a tua avó não reconheceria.

Para além deste conselho fantástico e que podemos aplicar em quase todos os alimentos, devemos ter em conta:

1. Gordura, sobretudo a gordura saturada e a sua origem, porque não são iguais as gorduras saturadas do abacate e as do óleo de palma.

2. Açúcar: sobretudo a sua quantidade

3. Tipo de farinhas: refinadas ou integrais

3. Quase todos os alimentos com chocolate contêm óleo de palma, e de forma geral, quase todos os doces. Por que alimentos podemos substitui-los?

Por doces e sobremesas caseiras. Investir tempo na cozinha é investir na nossa saúde. De qualquer forma, procurando bem podemos encontrar marcas que se preocupam com estas questões e não utilizam esse tipo de produtos.

4. Quando se trata de crianças, especialmente as mais gulosas, como podemos fazer-lhes entender que é prejudicial consumir produtos com óleo de palma?

O primeiro passo tem de partir dos adultos. Estes sim, devem tomar consciência desses perigos, porque afinal, as crianças comem o que nós comemos e replicam os nossos comportamentos.

Devemos explicar-lhes, ainda assim, que há alimentos que não são bons e que a sua saúde depende em grande parte daquilo que comem. Devemos oferecer-lhes alternativas saudáveis e inclui-los na elaboração de pratos (especialmente doces).

5. Que alimentos devemos eliminar totalmente da nossa lista de compras?

Alimentos processados, essencialmente. Devemos ir mais ao mercado e menos ao supermercado. Qualquer produto com mais de 5 ingredientes deveria ser excluído das nossas cozinhas: enchidos processados, salsichas, bolachas, cereais, refeições preparadas, etc.